REIS

FOLIA DE REIS

Rege a lenda, Herodes tinha Singou como bobo da côrte.

Aliado disfarçado, conselheiro, valente, inteligente e forte.

Pronto para o que desse e viesse, ordens tinham seu visto.

Conduziu muitos soldados na perseguição da criança, Cristo.

Porém avistou ricas caravanas seguras, felizes, e três reis.

Guardas bem trajados revessavam, defendendo todas leis.

Já faziam festa, era muita alegria, no brilho da estrela guia.

Estábulo, majestades e plebeus, dançam canção, que ouvia.

Comanda espera, a hora queria espiar, foi como peregrino.

Maltrapilho, máscara, farda e cajado, abduzido pelo menino.

Anônimo, sem lança, lenço, sem documento oficial, invisível.

Ninguém poderia delatar traição, sentido se ser desprezível.

Rimou na roda de música versos diretos, informa desejo real.

Contou das intenções de seu amo, do seu medo, o plano fatal.

Ajoelhou-se a manjedoura, levantou a máscara, só para Jesus.

Semblante mudado, espirito elevado, liberto do peso da cruz.

Mudou exército para outro lugar, deserdou armas e frontaria.

Soprou um repente, não tinha nada e qualquer tostão ajudaria.

Assim o palhaço é instituído na homenageada farra, confraria.

Convertido, saudado, canta oferta doada pelos magos da folia.