Ditadura

Essa aqui vai para aqueles que em algum momento desejam expressar a sua tristeza, mas sentem medo por que em nossa sociedade existe uma ditadura da felicidade. Não podemos demonstrar fraqueza, tristeza ou qualquer sentimento negativo.

Temos que manter uma aparência de vencedor, o super-homem ou a mulher maravilha. Lágrimas? Nem pensar! Você não pode demonstrar fraqueza. Seja forte, sorria, fale somente de coisas boas de atos heroicos. Use sua máscara e não fale de problemas.

Mas quem é que disse que problema é bom?

Problema é uma coisa chata mesmo.

Mas não fui eu que inventei

Não fui eu que criei

Eu só queria era ser sem problemas

Mas todo dia bate na minha porta, que dilema!

Fingir que não vejo

Não ter coragem pra enfrentar

Entrar em baixo da mesa

Ou escancarar.

Chorar, chorar: sabemos não dá em nada.

Mas mesmo assim, a lágrima vem rolada

Então tire esse sorriso de gesso da sua cara

Dá pra perceber nos seus olhos que isso é só fachada

Mas não vá encher a cara, heim?

Por que também não resolve nada

Não resolve nada.

Faca como eu, pegue o violão

Afine bem as notas

E cante uma canção

Pois não adianta nada

Não adianta nada

Tire a máscara da cara

Jogue fora esse sorriso de gesso da sua cara

Não sirvo pra dá conselho

Eu poderia até arrancar o seu pentelho

Mas não adianta nada

Ele vai nascer de novo

E não adianta nada

Sociologia, psicologia, fisioterapia.

Não adianta nada

Não adianta nada

E ainda somos os mesmos

E repetimos os mesmos erros

De gerações e gerações

Não adianta nada.

Eu não sei tocar é nada

E se quiser ouvir alguém que saiba tocar

Vá assistir um show do Caetano

Ou do Gilberto Gil

Vá assistir um show do Caetano

Ou vá pra pátria que o partiu.

Abaixo a ditadura da felicidade.

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 06/06/2017
Reeditado em 16/12/2019
Código do texto: T6020210
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