A FÉ É A FORÇA DOS NORDESTINOS

A terra aqui está tão seca

É tão grande esta secura

Nós estamos só pele e osso

Que horror, quanta amargura

A terra ficou esturricada

Sobre ela, só carcaça de boi

Numa visão triste e desumana

Mostrando que a vida qui já se foi

O flagelo da seca faz tudo morrer

Até o carcará debandou (refrão)

O urubu, sem ter o que comer

Também bateu asas e voou

Ficou somente a esperança

Pra nós nesta terra viver

De ver, um dia, a seca acabar

Quando no sertão voltar a chover

Somos um povo muito forte

Cheio de fé, amor e esperança

Sertanejo forte, Leão do Norte

Depois da seca, vem a bonança

O flagelo da seca faz tudo morrer

Até o carcará debandou (refrão)

O urubu, sem ter o que comer

Também bateu asas e voou

Só precisamos de um pouco d’água

De carro-pipa, cacimba e o que vier

A irrigação ainda é uma promessa

Pros nordestinos poder sobreviver

Com a água da chuva a vida volta

E chega pra nós a doce esperança

De ter uma vida mais sossegada

Com muita fartura e muita bonança

O flagelo da seca faz tudo morrer

Até o carcará debandou (refrão)

O urubu, sem ter o que comer

Também bateu asas e voou