FILHO DO VENTO

Não quero falar
O que não devia
Dar-te um banho de
Água fria
Se cada compasso
No Plano que traço
Aí é covardia
Mas assim mesmo
Levanto a bandeira
Não meço esforço
Essa luta é pauleira
Quando se nada pra nada
Chegar e morrer lá na areia
Argumentar não vai se atrapalhar
A boca fala o coração mandar
Também escuta o que não
Quer ouvir
Pra final de conversa
Querer discutir
Na cama é vizinha do seu
Oponente
Não quer mais abraço
Nem beijo ardente
Não tem o mesmo toque
Nem encontro das mãos
Acabou fantasia encerrou
O sermão
Mas tive certeza que
Um dia
Fui toalha felpuda que te
Servia
Agora trata com pano de chão
Que ficou na cozinha
Não aprendeu na vida e no
Amor
Na esperança diante da dor
Quando vai ver já é tarde está
Com meia-idade e a velhice chegou
A mocidade é coisa que assombra
Não deixam rastro nem cria quizomba
Passa primeiro é nuvem tão ligeira
E é passageira nesse céu tão profundo
Não quero chorar pra você não sorrir
Nem ter com você outro bacuri
Não deixo legado,
Nenhum testamento,
Não queira seguir-me
Sou filho do vento
Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 03/10/2017
Reeditado em 22/08/2019
Código do texto: T6132010
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