PESADELO

PESADELO

Estava pensando, seriamente, em afastar me tudo.

Vender o gado para o gringo, na terra que vale dólar.

Cachaça importa, ébrio leva junto seu copo e canudo.

Parte de dentro ou de fora, correndo pra outro lugar.

Quanto ao que fazer sobre a força de uma luz direta.

Bem, na hora certa, consumo, use energia sob cautela.

Espere certeza, convite, para anuncio da sua predileta.

Saia daqui, não volta, envolta cheio de boca banguela.

Escute melhor o universo, unir verso, arte do tal poeta.

Desata fogo, fofoca, cochicho, que o bicho vai e te pega.

Leva para onde, cruz pesada carregou, calvário de Jesus.

Monte de símbolo, talento, rápida recompensa, entrega.

Desapega, despenteia, desaba, cai, escorrega, olhos azuis.

Meu passado me condena, sempre, há uma morte súbita.

Não sem antes passar por horrores, apavorantes, terríveis.

Pesadelo, apelo, cabeça sem pelo, devaneio, só, habita.

Quarto certo, terço errado, meio, inteiro, todos temíveis.

Empurra, ladeira acima, toneladas de madeira boa, de lei.

Medida, tantos campos de futebol, estimativa, proporção.

Sangrando, natureza ferida chora, pela espada cruel do rei.

E tudo retorna, em dobro, pro berço vazio, dada população.