ENTRE A CRUZ E A ESPADA

TROPEÇO

Calendário trocou imagem, num desvio vil.

Soprou dúvida mesquinha, ante arte pregressa.

Coisa que a gente não duvida, perdeu, sumiu.

Pois nunca é tarde para saber onde se ingressa.

Respeito de abrigo, trabalho, colégio diário.

Como fosse família, correndo atrás do salário.

Sagrado, irrefutável, totalmente necessário.

Para manter no bolso, cuidado no itinerário.

Fundir, o pai, aço, forno de barro, ferradura.

Reflexo posicionado do pior ângulo agudo.

Entre a cruz e a espada, escolha a mais madura.

Vida exige energia, que vem da força de tudo.

Passo em falso, tropeço, tombo, fere, machuca.

Cai de quatro, sacoleja corpo, levanta, anda.

Senão aguenta, garoupa vira isca, onça cutuca.

Rebate solo, formando conjunto, outra banda.

Se o baixo desafina, perde o compasso do som.

Guitarra grita dedilhando notas graves, afinadas.

Bateria e percussão abafam erro vazio, no tom.

Bola pra frente, atrás vem gente, águas passadas.