OSSO AFIADO

OSSO AFIADO

Há um silêncio covarde, diante de tanta morte.

São sete mil, só no ano passado, tudo cidadão.

Muita polícia, inocente, bandido, luta alta sorte.

No projac, que estão delirando, sobre situação.

Tem tanto tempo que o rio tá cheio, só tiroteio.

Guerra exige arma, quem que nasceu pro meio.

Ovo ou galinha, chuva no seco, chance, recesso.

Equivocada insensatez profere, abala progresso.

Desde na caverna já sai briga, o instinto animal.

Osso afiado desafiando a natureza com certeza.

Gira pela peleja, ganância própria, cor e realeza.

Foro privilegiado, se todos iguais, o que faz mal.

Podem roubar impunimente, basta saber mentir.

Bater pé diante descoberta falcatrua, sofre erro.

Julgamento feito às escuras, veredito, ao medir.

Ações falam por si, gestos de carinho ao enterro.