PINGOS NOS I

PINGOS NOS I

Enquanto tempo permanece movendo o silêncio.

Pedras, dos tropeços, espalham dificuldade a rua.

Profeta já dizia, faz data que tenta, ao Gaudêncio.

Incomoda alegria alheia, de forma estranha, acua.

Veja como carinho desperta certo arrepio, a nuca.

Nunca houve palavra, conforto pelo desempenho.

Contrário, dito popular, tanto bate quanto cutuca.

Onça gira girafa que esquece, leão vivo, contenho.

Dentro do peito, ardendo, sem brasa, pela virtude.

Levado pelo destino, acredito, o poder desta sorte.

Cobrança pelo estado bipolar, desatenção amiúde.

Coisa estranha, acontece, acompanhará até morte.

Porém os pingos nos i, divertindo minha labuta, rir.

Estrada tão curta, terá acrescido algo seu percurso.

Sofrear falcatrua pela imagem, que espelho refletir.

Somente quem tem motivo, a pura falta de recurso.