VÉU NEGRO

VÉU NEGRO

Depois de tanta mancha na estampa, a lava.

Jato deu partida, pra, onde dorme o sossego.

Só nego participação, não sonego, há palavra.

Esperança de novo começo, bem menos ego.

Volta do capitão caverna, quem mata mesmo.

Bandido, colarinho branco ou preto, empena.

Tirada defesa da arma, dois tiros te condena.

Sem essa, padrinho sempre pega o torresmo.

Perde capado, estraga novelo, repete novela.

Sem contar hora perdida em fila, diante tudo.

Curral superlotado de maca, corredor de cela.

Véu negro, cobrindo tristeza, e mundo mudo.

Todos ouvintes, leitores, espalhem seu desejo.

Nostalgia dos tempos idos, da honra ao mérito.

De, na morada segura, devolver livre o espírito.

Imagine, sonho nem começou, rua que almejo.