Voltando pra África
No inicio era o café e a cana de açúcar
Hoje tem comércio, empresa, indústria
Mas sempre foi assim os pobres na labuta
Cadê as andorinhas da princesa absoluta?
Ficou as catedrais e os velhos palácios
Chegou mais hospitais, cemitérios e velórios
Da torre do castelo a cidade não floresce
Muito pelo contrário a cidade adoece
E na casa grande o que entristece é o passado
Lembrei de um ancestral que foi escravizado
Muitos foram mortos também foram humilhados
Em meio praça ao centro alguns esquartejados
Eu sou periferia, sou quilombo puro ódio
Em meio a escuridão eu sou é tipo um raio
As vezes sou uma chuva de granizo com tornado
Porque sou contramão eu vou tipo ao contrário
Represento a favela eu sempre tô ligado
Também muito respeito pro sujeito que é laico
Respeito o cristão, o budista e o muçulmano
Respeito o espírita, o judeu e o hinduísta
Respeito a ponte preta e o guarani
Eu sei que é muita treta eu vou ficando por aqui
Um salve pros maluco do Yêda e do Capivari
Esse samba eu criei pra homenageia a minha quebrada
Tão injustiçada
Esse samba eu fiz pra representar a minha quebrada
Tão injustiçada