Voltando pra África

No inicio era o café e a cana de açúcar

Hoje tem comércio, empresa, indústria

Mas sempre foi assim os pobres na labuta

Cadê as andorinhas da princesa absoluta?

Ficou as catedrais e os velhos palácios

Chegou mais hospitais, cemitérios e velórios

Da torre do castelo a cidade não floresce

Muito pelo contrário a cidade adoece

E na casa grande o que entristece é o passado

Lembrei de um ancestral que foi escravizado

Muitos foram mortos também foram humilhados

Em meio praça ao centro alguns esquartejados

Eu sou periferia, sou quilombo puro ódio

Em meio a escuridão eu sou é tipo um raio

As vezes sou uma chuva de granizo com tornado

Porque sou contramão eu vou tipo ao contrário

Represento a favela eu sempre tô ligado

Também muito respeito pro sujeito que é laico

Respeito o cristão, o budista e o muçulmano

Respeito o espírita, o judeu e o hinduísta

Respeito a ponte preta e o guarani

Eu sei que é muita treta eu vou ficando por aqui

Um salve pros maluco do Yêda e do Capivari

Esse samba eu criei pra homenageia a minha quebrada

Tão injustiçada

Esse samba eu fiz pra representar a minha quebrada

Tão injustiçada

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 27/03/2018
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