Lembrar dos dois.

Quando se inicia a noite....o quarto escuro é uma rede.

Em meio ao escuro alguém pedia... alguém dizia eu tenho sede.

Com uma luz em sua mão...uma caneca ela trazia.

Com um semblante tão divino...cena que só meu Deus fazia.

E me acalmava em suas mãos...em minha fronte ela orava.

E a segurança era tal...que o medo logo me deixava.

Mais meia hora era um dia...minutos monstros que seguiam...

Embaixo aquele cobertor...o medo só... é o que trazia.

E se ouvia eu tenho sede...em meio a noite...outra vez...

E a caneca assim surgia...e a dor fugia outra vez.

E ela puxava o cobertor...e com carinho me beijava...

O medo então não existia...até que ela se deitava.

E os monstros então todos surgiam...e um a um me atacavam.

E eu sangrava por inteiro....e quanta dor me atormentava.

Na madrugada o desespero...e minha voz toda embargada...

Então dizia eu tenho sede...e a caneca não chegava.

Eu repetia muitas vezes...mas ela não estava mais...

E o choro triste irritado...por não poder saciar meus ais.

E quem tem doce não aguenta...o amargo negro desamor..

E quem tem anjo lhe velando... não quer saber de outro sabor.

Com sua mão em Minha fronte...aquele amor me ensinava...

Que quando a gente em Deus confia...o medo sai em disparada.

E a caneca enfim chegou...só que na mão de outro alguém...

E a uma cinta ele trazia...queria me ensinar também.

E o silêncio assim se fez...meus dez irmãos não respiravam...

Ainda que quisessem rir também...o meu medo os silenciada.

Disse assim pra eu beber...e eu molhei a minha boca...

E ele disse mais um pouco...e a criança ficou louca.

Disse que eu ia beber... até o tudo consumir...

E que depois de eu apanhar...aí então ia dormir...

E aquela cinta dolorida...rasgou o céu os gritos meus...

E nunca mais eu senti sede...chorar calado...é o jeito meu.

No quarto escuro que eu me deito... ninguém mais ora em minha fronte....

Ninguém me beija com carinho...nem me segura como antes.

E a tantas vezes eu pedi...pra eu poder te visitar...

E Deus me diz que tu è anjo...que minha mãe no céu está.

Ah que saudade de você....quanto desejo de partir...

Queria tanto adormecer...só pra mim ver você sorrir.

Se é um anjo lá no céu...e eu nem sei se posso entrar...

Mais sei que lindas aventuras...com anjos pode agora amar.

E minhas lágrimas quando rolam... ninguém segura minha mão...

Meu choro agora é escondido...nessa imensa escuridão.

Tanta vontade de viver...aqueles dias que me amava...

E quando a mim e a meus irmãos...lá para o céu recomendava.

Esta vontade eu sei que voa...como o teu tempo aqui passou...

Eu continuo assim orando...pedindo a Deus o seu amor.

Onofrio
Enviado por Onofrio em 12/07/2018
Reeditado em 12/07/2018
Código do texto: T6388185
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