Pantera Negra

Partideiro de ferro

Criado no fogo, no barro e no berro

Garoto todo cortado e queimado de canavial

Filho de um vaqueiro qualquer com uma dona de arraial

Infelizmente bastardo, infelizmente bastardo

Menino sozinho no mundo

Eu te vi morando na rua pobre oriundo

Eu te vi num quarto todo perfumado

Tu deitado totalmente abandonado

Cercado de vela, incenso, cachaça e cigarro

Moleque negro pobre mas agora do centro e da capital

Tu veio foi de teimoso pivete

Acabou que foi tudo assim num sufoco danado

Mas foi muito samba e muita cana para aliviar o estresse

Garoava sempre naquele lugar

Sob a força do dia e a proteção da noite

Tu se destacou foi no cordão do carnaval

E ganhou foi muito dinheiro no prego da mesa de bilhar

Quando tu nasceu recebeu de Deus o Dom

O dom de viver e saber, de cantar e expressar a melodia e a poesia daquele lugar

Tu nasceu foi num rio de água cristalina

Nascente tão limpa quanto tua alma

Tu é filho de Oxum

Afilhado de Iemanjá

Tu é o Sambista de aço aqui do pedaço

Guerreiro nato

Defensor dos seus antepassados e dos pequeninos aqui deste lugar

Imortal no verso, batuqueiro de ferro

Paulo Poba e Suzana Cristina
Enviado por Paulo Poba em 13/09/2018
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