Pantera Negra
Partideiro de ferro
Criado no fogo, no barro e no berro
Garoto todo cortado e queimado de canavial
Filho de um vaqueiro qualquer com uma dona de arraial
Infelizmente bastardo, infelizmente bastardo
Menino sozinho no mundo
Eu te vi morando na rua pobre oriundo
Eu te vi num quarto todo perfumado
Tu deitado totalmente abandonado
Cercado de vela, incenso, cachaça e cigarro
Moleque negro pobre mas agora do centro e da capital
Tu veio foi de teimoso pivete
Acabou que foi tudo assim num sufoco danado
Mas foi muito samba e muita cana para aliviar o estresse
Garoava sempre naquele lugar
Sob a força do dia e a proteção da noite
Tu se destacou foi no cordão do carnaval
E ganhou foi muito dinheiro no prego da mesa de bilhar
Quando tu nasceu recebeu de Deus o Dom
O dom de viver e saber, de cantar e expressar a melodia e a poesia daquele lugar
Tu nasceu foi num rio de água cristalina
Nascente tão limpa quanto tua alma
Tu é filho de Oxum
Afilhado de Iemanjá
Tu é o Sambista de aço aqui do pedaço
Guerreiro nato
Defensor dos seus antepassados e dos pequeninos aqui deste lugar
Imortal no verso, batuqueiro de ferro