O dia do Olho é o cotidiano

De brando, o tom do meu olho segue a brisa de luz

De bravo, a cortina da vida veste o que me conduz

A grande espinha do mundo encosta de leve no braço

O Grave que há inventa o novo canto do laço

O visto da nua página

Esquenta a vida das palavras

Até força-las aos delírios

Dos nomes

De riso e gritos os ditos se arranham

Há frases que banham de lodo e se esticam

No vão da imagem entopem de rumos

engolem o sumo das ambiguidades

O tosco gira e cisma de cor

O corpo mexe na calda da flor

Por entre os tímpanos ouço os planos

O dia do olho é o cotidiano

Se a cargo sermos a beira das linhas

Embrulho as minhas com rastro silêncio

o viver intenso que me absorve

Espana os males de dores e vícios

O início das coisas se esfrega nos entes

Os dentes dos modos incomoda o outro

Bocejo o fogo ao medir o encanto

Revivo esse canto para assim enredar

O tosco gira e cisma de cor

O corpo mexe na calda da flor

Por entre os tímpanos ouço os planos

O dia do olho é o cotidiano

Marsone
Enviado por Marsone em 08/11/2018
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