O dia do Olho é o cotidiano
De brando, o tom do meu olho segue a brisa de luz
De bravo, a cortina da vida veste o que me conduz
A grande espinha do mundo encosta de leve no braço
O Grave que há inventa o novo canto do laço
O visto da nua página
Esquenta a vida das palavras
Até força-las aos delírios
Dos nomes
De riso e gritos os ditos se arranham
Há frases que banham de lodo e se esticam
No vão da imagem entopem de rumos
engolem o sumo das ambiguidades
O tosco gira e cisma de cor
O corpo mexe na calda da flor
Por entre os tímpanos ouço os planos
O dia do olho é o cotidiano
Se a cargo sermos a beira das linhas
Embrulho as minhas com rastro silêncio
o viver intenso que me absorve
Espana os males de dores e vícios
O início das coisas se esfrega nos entes
Os dentes dos modos incomoda o outro
Bocejo o fogo ao medir o encanto
Revivo esse canto para assim enredar
O tosco gira e cisma de cor
O corpo mexe na calda da flor
Por entre os tímpanos ouço os planos
O dia do olho é o cotidiano