Já ninguém faz alarde (21/04/2007)

Já vai longe a tempestade

Mas assombras com rancor

A minha felicidade

Em sinal de lealdade

Não te falo mais de amor

Já vai longe o meu desgosto

Acaba com desengano

Pois sorrir não paga imposto

Sei que não sou ao teu gosto

E não te vou causar dano

Se nem sempre o amor arde

Se foi longe não comento

O amanhã fez-se tarde

Já ninguém faz nisso alarde

Estás no meu pensamento

Se me escutas volta e meia

Fazes ares de amuado

E dizes palavra feia

Prometes mesmo cadeia

Temos o caldo entornado

Se o meu fado é fatalismo

Então tudo tem um fim

Onde está o meu egoísmo

Nesta vida de heroísmo

Ai, o que será de mim

Joana Benedita Paes
Enviado por Joana Benedita Paes em 14/09/2007
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