TRÊS LETRAS MUSICAIS QUE LUIZ GONZAGA NÃO GRAVARIA ATUALMENTE...

São outros tempos em que vivemos, sem dúvida. E aquilo que hoje pode soar como preconceito ou discriminação, há algumas décadas atrás era visto como algo absolutamente normal. Fã de Luiz Gonzaga como sou, desde criança, nunca pude deixar de observar essas três letras musicais que ele gravou, as quais devemos enxergar pelo contexto da época.

BAIÃO DE DOIS

“Abdom que moda é essa

Deixe a trempe e a cuié.

Home não vai na cozinha

Que é lugá só de mulhé.

Vô juntá feijão de corda

Numa panela de arroz.

Abdom vai já pra sala

Que hoje têm baião de dois”

RESPEITA JANUÁRIO

“Quando eu voltei lá no sertão

Eu quis mangar de Januário

Com meu fole prateado.

Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho

Como nêgo empareado (...)

Todo mundo vai ver o diabo do nego.

Eu também fui, mas não gostei.

O nego tá muito mudificado.

Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930.

Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste!

Qual o quê!”

XOTE DOS CABELUDOS

“Cabra do cabelo grande

Cinturinha de pilão,

Calça justa bem cintada

Costeleta bem fechada

Salto alto, fivelão.

Cabra que usa pulseira

No pescoço medalhão.

Cabra com esse jeitinho

No sertão de meu padrinho

Cabra assim não tem vez não.

Não tem vez não.

Não tem vez não.”

Paulo Seixas
Enviado por Paulo Seixas em 27/03/2019
Reeditado em 27/03/2019
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