O BÊBADO E A EQUILIBRISTA
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas,
que sufoco
Louco, o bêbado com chapéu-côco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
num rabo-de-foguete
Chora a nossa pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarices
no solo do Brasil
Mas sei, que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente,
a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
tem que continuar
https://youtu.be/L-vLEgZTSTw