O BÊBADO E A EQUILIBRISTA


Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
me lembrou Carlitos

A lua, tal qual a dona de um bordel
Pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel

E nuvens, lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas,
que sufoco

Louco, o bêbado com chapéu-côco
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil, meu Brasil

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
num rabo-de-foguete

Chora a nossa pátria, mãe gentil
Choram Marias e Clarices
no solo do Brasil

Mas sei, que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente,
a esperança

Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
pode se machucar

Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
tem que continuar


https://youtu.be/L-vLEgZTSTw
 
Aldir Blanc
Enviado por Wilson Madrid em 05/05/2020
Reeditado em 05/05/2020
Código do texto: T6938063
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