Violência parte 1

A polícia invadiu o morro ladrão,

Explodindo mais que AC 4,

Se liga ai jão no relato desse barato.

Os moleque revidaram o fogo firmão,

Mais reto que um míssel teleguiado,

O povo humilde ficou preso de novo

no meio do fogo cruzado,

Até então nada de novo jão,

Se liga ai na fita loka meu irmão.

Subiu o gás dos cuzão arrombado,

Não era dia de pião, e sim troca troca

dos pipocas em meio as maloca.

Os morado dentro das gomas,

As viela da quebrada parecem a Babilonia,

Derrepente um stress, momento de tensão,

Morador baleado sem tá de peça na mão.

A cena embrazou no clic clac,

Morreu um morador no tic tac,

A chapa esquentou os gambé chegou,

A bafana subiu o iraque e a parada embaçou.

Um estampido foi ouvido: choro, lamento, gemido, fatalidades, terror, grito,

Filha da puta aê truta, se liga nessa conduta.

Um inocente foi acertado, o tiro veio no lado errado.

Saiu do cano da arma de um policial despreparado.

Aê irmão firmão na quebrada,

Tranquilão, sem stress, sem chapar na neurose,

Parte pra lá com esses papos de overdose.

To seguindo na linha parecerão,

Alido com o bonde da paz,

Coligado com os irmãos das antigas,

Da minha liberdade não desisto jamais.

Aê truta se liga para ver: foi acidente vão dizer na TV.

Aê tio vai um recado não acredita jão em tudo que passa na reportagem, fica atento, esperto, vigilante, ligado, o papo é reto sem menção honrosa e sem massagem.

Na quebrada tem muito mano cheio de piolhagem.

A pilantragem é a pior das pilhagem,

A intriga destrói o homem,

Moleque bom aqui no pó se consome.

Atividade cem por cento, correndo contra o vento,

É melhor você ficar atento,

Dia dia na labuta trampando honestamente é um contento para toda minha gente.

Mas quem sou eu para julgar quem tá na correia,

Virando um inferno na sua vida todo dia,

Desafiando a morte a todo instante,

O dia todo caminhando cheio de fragantes.

O Estado aqui na maloca nunca fez nada,

Ele não passou lição de casa,

As crianças não tinham praça pra bincar,

Escola pública de qualidade também falta neste lugar.

A favela segue sem escola, o hospital passa longe daqui, sem nenhum projeto social,

Apenas o descaso, o racismo que é cultural e estrutural.

Só tem descaso, despreparo e violência policial,

Nenhum incentivo pro menor não entrar pro crime,

Tenta explicar pro menor que sem as peças ele ainda é homem.

Vida do crime a ninguém redime,

Só que a polícia invade a quebrada na madruga,

Sordidamente com a velha desculpa:

Nós Tamo invadindo pra caçar marginal,

Bandido é bandido, morador é morador fica namoral.

Cinco da manhã bala cruzando o ar,

Seu José saindo para trabalhar,

Infelizmente no trampo não vai chegar,

Nem muito menos pra sua goma vai voltar.

Pode pah vou te falar hoje mais uma famíla vai sangrar, mais uma mãe vai chorar,

Uma esposa mãe solteira com os filhos pra criar.

Na moral não me leve a mal,

Os vermes na favela chega arregaçando geral,

Eles são muito sanguinário,

Acham que nosso povo é otário.

Já entram nas biquera com o capeta no corpo,

E nosso povo humilde é que vive no sufoco,

Nós vai morrendo cada dia pouco a pouco,

Em meio essa briga de cachorro louco.

Essa é a realidade das ruas chapa,

É melhor você se ligar,

Se não fizer alguém fará,

As ruas são sangrentas, e infelismente não vão parar de sangrar.

A favela não é Disneylândia, aqui os Mickey Mouse usa crack anda chapado e para qualquer desenrolou covarde que renda pedra tão prepararado.

Dart o Gótico
Enviado por Dart o Gótico em 15/08/2020
Reeditado em 15/08/2020
Código do texto: T7035992
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