Todos Os Dias de Ontem
Eu já não leio os jornais
Nem mesmo olho os murais
A sombra dos edifícios
Que coisa difícil
Que frio voraz
Sinto saudade do calor das almas
Dos alaridos absurdos
Dos choros das crianças
Até mesmo das vozes dos mudos
Daquele ambulante
Serelepe a gritar
Da moça à porta da loja
O que o senhor vai levar?
Dos abraços no Dia do Abraço
Que a multidão vem me dar
É tempo de espera
Senão já era
E eu não posso enlouquecer
O sol está por vir
E Canaã é aqui
Tudo vai se resolver...
Eu já não leio os jornais...