Juvelino
-Bom dia compadre Juilson
-Bom dia compadre Ariovaldo
-Cê viu Juvelino por aí?
-Oxi! Vi sim, tá lá no boteco virando o caneco.
-Eita Juvelino!
O Juvelino era um moço da cidade
Que já numa certa idade inda não tinha namorada
Levava "toco" pois achava que "mamado" ele criava mais coragem pra chegar na mulherada
Tinha uma prima, se chamava Josefina
Que era uma boa menina e muito "trabaiadeira"
Fim de semana os dois iam junto pro baile
Começava muito cedo o "arrasta-pé " na sexta feira
A pobre mãe do Juvelino preocupada com seu filho
Do outro lado da cidade só rezava
Ela sabia que ele enchia os "caneco", dava uns "treco" e à certa altura não sabia onde tava
Juvelino, para de beber, senão você vai cedo mano
E o "bixo" cê vai ver
Juvelino, para de beber, senão você vai ser notícia mano na TV
E nessa festa a Josefina conversava com as "amiga"
E falava um pouco mais sobre o seu primo
E uma delas se encantou pelo "pinguço"
E talvez essa fosse a chance do coração do menino
E os amigos do pobre do Juvelino insistindo que ele fosse lá falar com a menina
E ele disse "peraí" que eu já vou indo
Mas primeiro vou ali virar mais uma calibrina
Juvelino, Para de beber, senão você vai cedo
E o Diabo cê vai ver
Juvelino, para de beber, senão você vai ser
Notícia mano na TV
Aos 15 anos Juvelino já bebia junto com a sua tia maconheira lá do bairro
Aos 27 já tinha seu alambique, uma casa de pau-a-pique, taipa de sopapo e barro
E hoje em dia ele é casado com a Rebeca
Que mulher! Uma boneca, amiga da Josefina
Vive tranquilo com a família
Juvelino é meu vizinho, um rapaz "trabaiador" e gente fina
Juvelino, que bom que ce parou!
Parou com a cachaça mano e homem se tornou.
Juvelino, muito ce vai viver, e hoje sua família tem orgulho de você.
-Oh meu filho! Como eu rezei por você!
-É dona Maria, seu filho criou juízo.
Juuuuvelino! Juuuuvelino!