Abrigo

Guardo no peito um coração

que chora nos braços da canção

E acorda a madrugada

em eterno turbilhão.

As cordas do velho violão

enchem de beleza a rua.

E o poder da natureza

traz a nova luz da lua.

Na corda bamba da saudade

equilibro o meu avesso.

Entre o amor e a liberdade

cada um paga o seu preço.

Quando a boca silencia

sopra um vento sorrateiro,

enche a alma de poesia

num milagre verdadeiro.

Por descuido ou por desejo,

bem antes do sol chegar,

a canção me dá abrigo.

Nem careço respirar.

Marilia abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 09/09/2021
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