São Bento

Escrevo isso para explicar,

ao meu filho, quem foi o seu pai,

afinal,

todo filho, até de forma cruel, sem amar,

sempre o julga nesse vem e vai,

mas o pai que tolera,

sabe o que dele espera.

Eu fumo eu bebo eu tento,

Em vão sempre o melhor homem ser,

Pois eu sei que nesse mundo avarento,

É importante errado não julgar sem saber,

Fujo do mal,

Com São Bento atento,

Evitando meu lamento,

Como um saco de chá,

Deus me mergulhou,

Na escuridão,

Mas não,

para a água dela em mim entrar,

Mas sim para que o sabor do meu chá,

Pudesse

essa água curar,

O seu irmão,

que nessa escuridão está a andar,

Precisa de sua mão,

E eu nem tenho um violão,

Para a palavra espalhar,

Eu só tenho minha voz

e um samba todo errado,

Um desejo tão veloz,

Uma vida de pecado,

Onde peço a Deus para lavar,

Como se usasse um esfregão,

Para minha alma limpar,

Libertando meu coração,

Eu fumo meu cigarro,

E começo a rezar,

Pois Deus nosso Senhor,

Irá perdoar,

Aqueles que verdadeiramente,

Ao próximo

amar,

Por que é

muito fácil falar,

Nesse mundo condenado,

Caminhando arrasado,

sem antes a trave

do seu olho remover

E entender

Por que Jesus

Naquela Cruz,

Um bandido fez tentar,

Nele crer.