Ao Fechar os Olhos

Ao fechar os olhos, são abertos tantos outros.

O cegar da visão pode nos mostrar vários rostos;

Mas o turvar da vista não traz o gosto desejado.

Onde sempre vejo meu rosto arruinado.

Ao fechar os olhos são abertos tantos tantos outros;

Os quais vêem cenas de horrores e de amores;

Umas divertidas e outras tantas escondidas.

Mas todas proibidas.

Vejo a luz, tenho o céu, bem claro, sem qualquer véu.

Vejo o raro, que seduz, sou o réu e quem conduz.

Perdido em ondas vãs de devaneios opacos;

Resquícios em rondas de loucos laços;

Onde dois braços sem êxito tentam ir;

Incertos traços que uma mente tola diz existir;

Um lugar nascido dos sonhos que deve sair.

Vejo a luz, tenho o céu bem claro sem qualquer véu

Vejo o raro, que seduz, sou o réu e quem conduz.

Vejo a luz que seduz, sou bem claro e quem conduz

Vejo o raro, tenho o céu e o réu sem qualquer véu.