Nova arca, novo Noé

No agitar dos mares

Vendaval anuncia temporais

Sintomas de um dilúvio

Afogando um mundo que não existe mais

Balança daqui, balança de cá (refrão)

A onda submerge, a poesia emerge e vai

Balança dali, balança de lá

A arca balança, balança, mas não cai

A arca construída com caneta e papel

Levada pelas ondas bravias

Toca o pedacinho do céu

A onda tenta encobrir, mas não faz o poeta desistir

Refrão

Chove quarenta dias, chove quarenta noites

As ondas engolem tudo que vem pela frente

O poeta sorri mesmo em meio aos açoites

Porque é forte e resistente

Refrão

Um mundo novo que não veio

Se veio, não era o que esperava

Mares nunca dantes navegados

Novas terras ele cruzava

Com seu verso fez um mundo novo

Refrão

(2023)