04 de Maio de 1889
Vários comentários numa rede social, Humanidade toda online
Tanta gente no shopping andando pra lá e pra cá, Parecendo um formigueiro, vespeiro
E o mano ali parado, Quieto num canto
Sem alguém pra conversar, Sem ninguém pra trocar uma ideia, Sozinho
Vi muitas mulheres mascaradas, Maquiagem pra caralho no rosto falando de BEAUTY, Vendedoras de SHOES
E eu aqui parecendo um padre de roça, Rezando em vão
Pois agora vou gastar meu LATIM, Delirium, delirium, delirium... Depressivo eu vou mesmo assim
Não sei para que tanto inglês? O que faço com tantos cartões perfumados? Para que tantos imóveis?
Passou uma menina agora com três DOG e um gato siamês, Mano! Vê se pode! É surreal!
Comunidade abalada, Favela desestruturada
Pra acabar com o meu dia me veio uma tia, Meio dondoca pagando de elite
Falou do meu trampo e me chamou de amador, "Diz que precisa de um profissional"
(Fazendo uma rima bem rápido aqui, Profissional rima com meu PAU)
Preciso voltar pra escola da fé, Não aguento essa socialite
Diariamente a vida é assim, Shopping D. Pedro
Povão todo endividado fazendo coraçãozinho e falando FOREVER, sem medo.
(Histórias de um Livro que vem)