06 de Maio de 1889

Que pena, Não deu certo de novo

Dentre tantos segredos tardios, Novas saudades

A natureza me condenou, Agora aqui estou

Olhando as águas doce de Oxum escorrerem pelas montanhas, Hoje sou um pequeno arquipélago sem o gosto do sal

Odociaba! Odoyá Minha Mãe!! Quem me protege é Iemanjá!!! Janaína agora cuida de mim!!!!

Tantas árvores a orvalhar numa terra preta farta de amor, Chuva branda na rocha e as nuvens que não me abraçam

Seus galhos ao chão, Secos são lenha

Embrenha mata na mãe prenha, Estéril eu, Castigo que não mereço

Meigas mãos na terra virgem num setembro de solidão, Primavera! Amiga da alegria!! Traz a joaninha?

Havia ali palmeiras e guaranis, Outono morno, Verão sem emoção, Inverno que condena

Cadê a tal da canceriana?

As cascas caem, Espinhos entristece

No sul ou no sudeste, Cadê você?

Um céu tão claro, Tão sem graça

Um sol tão simples e a sombra tão fraca, Seriguela verde!

Vento que não sopra, Tantas plantas e um coração partido, Cadê ela? A virgem do poeta falecido.

(Histórias de um Livro que vem)

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 06/05/2023
Reeditado em 06/05/2023
Código do texto: T7781059
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