Canto a Dom Sepé
Veio do barro vermelho
De São Miguel das Missões
Jesuíticas reduções
De guerreiros imortais.
Veio da estirpe caudilha
Que forjou sua própria história
Alicerçada na glória
De Guaranys ancestrais.
Sete estroncas bem cravadas
Sete lanças missioneiras
Que enfrentaram as Bandeiras
De Espanha e Portugal.
Sete povos irmanados
Trançando o próprio destino
Por este pago sulino
Defendendo um ideal.
Dom Sepé ia na frente
Da elite Guarany
Quando passou por aqui
Naquela data bendita...
Foi quando a lança inimiga
Campeou a morte no pampa
E tingiu de rubro as barrancas
Da velha Sanga da Bica.
E tanto tempo depois
Reescrevendo a história
Cantando em sua memória
No mesmo local que um dia.
Sob o jugo opressor
Sepé tombava lutando
O povo te homenageando
Sua alma reverencia.
Parece que lá de cima
Sepé olhava sua gente
Nos mandando de presente
Seu lunar de claridade...
Num céu de quarto crescente
Como a fazer um pedido
“Liberte o povo oprimido”
Que vaga pela cidade.
Dom Sepé, tua alma é livre
Não nos deixe ao abandono
“Porque esta terra tem dono”
Disse em teu brado de guerra.
Que o teu exemplo de luta
Nos faça “aguentá” o repuxo
E habite em cada gaúcho
O amor por esta terra.