06 de Outubro de 1888
Você fez da minha vida um pântano, E a nossa relação foi uma briga de foice no escuro
E como bem já disse o Du: "Em briga de foice, machado não entra"
Lembro bem daquele momento, Você com a sua razão fez alagar meu sentimento
Fui embora em meio ao lodaçal, Era um mundo alagadiço
Quis Deus que o atoleiro me prendesse perto do terminal, Minha vida era um descomunal brejal
Fui obrigado a solidão e cai num enorme brejão, Pequenos brejeiros pelos caminhos, E a minha paixão ficou atolada no lamaçal
Esperei teu perdão que não veio, Tive que levar minhas lágrimas ao lameiro
Depois acabei voltando ao mangue, Bati o carro no manguezal
Eu vi outro em meu lugar, Depois confiscaram meu carro e levaram ao lodeiro
Antigo pátio lá na estrada lodeira, Coisas que até hoje não consigo explicar
Tantas poças em uma só noite, Não consegui chegar em nenhum lugar
Dormi foi na chuva de amargurar
Amanheci no aguaçal de Bagdá.
(HISTÓRIAS de um LIVRO que vem)