06 de Outubro de 1888

Você fez da minha vida um pântano, E a nossa relação foi uma briga de foice no escuro

E como bem já disse o Du: "Em briga de foice, machado não entra"

Lembro bem daquele momento, Você com a sua razão fez alagar meu sentimento

Fui embora em meio ao lodaçal, Era um mundo alagadiço

Quis Deus que o atoleiro me prendesse perto do terminal, Minha vida era um descomunal brejal

Fui obrigado a solidão e cai num enorme brejão, Pequenos brejeiros pelos caminhos, E a minha paixão ficou atolada no lamaçal

Esperei teu perdão que não veio, Tive que levar minhas lágrimas ao lameiro

Depois acabei voltando ao mangue, Bati o carro no manguezal

Eu vi outro em meu lugar, Depois confiscaram meu carro e levaram ao lodeiro

Antigo pátio lá na estrada lodeira, Coisas que até hoje não consigo explicar

Tantas poças em uma só noite, Não consegui chegar em nenhum lugar

Dormi foi na chuva de amargurar

Amanheci no aguaçal de Bagdá.

(HISTÓRIAS de um LIVRO que vem)

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 06/10/2023
Reeditado em 06/10/2023
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