Minha poesia

Uma professora leu minha poesia

Gostou e tirou foto

O polegar aprovou

Quase todo mundo que a lia

Aquela poesia

A fotografou

Eu contei para minha mulher

Que no fundo dos olhos longamente me olhou e gritou:

O que eu quero é dinheiro

Eu quero é dinheiro

Eu quero dinheiro

Todo mundo olha e elogia

A minha poesia

O dia inteiro

Mas quando eu meto a mão no bolso

Lembro da minha mulher:

Eu quero é dinheiro

Eu quero é dinheiro

Eu quero é um qualquer

Um arquiteto disse: é concreta

Um sonhador : é abstrata

Chegou um pintor: ela retrata

Um Zé ninguém diz que maltrata

Minha poesia que é minha cara

Da noite pro dia está tão cara

Cara ou coroa

Coroa ou cara

Eu quero é dinheiro

Eu quero é dinheiro

Pra passear

Eu quero é dinheiro

Eu quero dinheiro

Pra tirar a bunda do sofá

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 02/04/2024
Reeditado em 02/04/2024
Código do texto: T8033493
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