Twilight (ou A Luz Que Não Ilumina)

Eu a procurei

Por muito tempo

Eu a conhecia

Sem saber quem ela era

Mas sabia

Perdido no tempo

Na memória um momento

Tudo o que eu podia

Esperar da perfeição

Memória é areia

Que se esvai na ampulheta

Do tempo, sem fundo

E quando esqueço percebo

Que ela orbita meu mundo

Como cego e como mudo

Não consigo mais ver

Nem falar o que eu quero

Como um tolo eu espero

Que ela saiba entender

Tal folhas ao vento

Vaguei à deriva

Preso em minha mente

E em tudo que eu sinto

Às vezes acerto

Mas eu também erro

É a cabeça confusa

O coração remendado, partido

É o corpo cansado

E a alma perdida

Perde brilho o luar

Que à minha noite ilumina

Pisca vago o olhar

Não há nada lá em cima

Quando um dia eu a encontro

Eu a tenho perdida

Injusta é a vida

Ou tal é minha sina

O pensar atrapalha

E o sentimento vacila

E é tanto dilema

Que eu trilho no meio

Não o belo, de Buda,

Mas o que a Besta abomina

Eu que outrora

Em tudo via vida

Até mesmo no fogo

Vejo só despedida

Mas um dia tudo isto estará...

Perdido no tempo

Na memória um momento

O máximo que eu poderia

Esperar da perfeição

Miguel Sacri dos Anjos
Enviado por Miguel Sacri dos Anjos em 09/04/2008
Reeditado em 27/02/2014
Código do texto: T937697
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