Twilight (ou A Luz Que Não Ilumina)
Eu a procurei
Por muito tempo
Eu a conhecia
Sem saber quem ela era
Mas sabia
Perdido no tempo
Na memória um momento
Tudo o que eu podia
Esperar da perfeição
Memória é areia
Que se esvai na ampulheta
Do tempo, sem fundo
E quando esqueço percebo
Que ela orbita meu mundo
Como cego e como mudo
Não consigo mais ver
Nem falar o que eu quero
Como um tolo eu espero
Que ela saiba entender
Tal folhas ao vento
Vaguei à deriva
Preso em minha mente
E em tudo que eu sinto
Às vezes acerto
Mas eu também erro
É a cabeça confusa
O coração remendado, partido
É o corpo cansado
E a alma perdida
Perde brilho o luar
Que à minha noite ilumina
Pisca vago o olhar
Não há nada lá em cima
Quando um dia eu a encontro
Eu a tenho perdida
Injusta é a vida
Ou tal é minha sina
O pensar atrapalha
E o sentimento vacila
E é tanto dilema
Que eu trilho no meio
Não o belo, de Buda,
Mas o que a Besta abomina
Eu que outrora
Em tudo via vida
Até mesmo no fogo
Vejo só despedida
Mas um dia tudo isto estará...
Perdido no tempo
Na memória um momento
O máximo que eu poderia
Esperar da perfeição