PUREZA CONTAGIANTE

É pela corda vocal de um sussurro

Que morremos enforcados

Culpado mesmo é do morto

Que alugou seu ouvido torto...

Não pode haver inferno sem mentira

Pra esguia serpente víbora das grandes cercanias

Ressonando na alfombra da colina

Que o engravidou pelos tímpanos

Intrauterinos de sua sina e negra resina

Como o escaravelho da noite

Que criou asas de platina para atingir o ápice da luz

Mais que cansara de ser hóspede de seu peso sismico e animico

E então só restava morrer zumbindo defronte do farol

Diante da luz do guizo pranico

Entrando por sua fétida narina

Do ouro puro da luz do sol...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 27/08/2012
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