CLUBE DA LUTA - O ESTADO DE ALMA DE JACK

CLUBE DA LUTA - O FILME - 1999

GÊNERO – Drama Psicológico

DIREÇÃO – David Fincher

PRODUÇÃO – Tom Sherak

ATORES PRINCIPAIS – Edwar Norton, Brad Pitt, Helena Bonham Carter

A linguagem cinematográfica esta à serviço da reflexão e problemática existencial do homem. Por estar ligada à faculdade cognitiva.

O evento fílmico, serve como uma ponte, tênue, bucólica. Lugar este, onde encontram duas forças interpretativas: Telespectador X Enredo fílmico.

Local destinado para as manipulações, dinamismos, por conseguinte, disputa entre: Emissor X Receptor.

A consciência fílmica se reconhece como um estado de alma, um Sofrer X Insofrido, uma alegria descabida, uma introspecção, ou não!

O filme CLUBE DA LUTA oferece um testamento da contra cultura americana, assim como, reflexão quanto o Consumismo X Capitalismo.

Partindo por este prisma e por sermos detentora do objeto em análise, achamos de bom grado acoplar o filme, CLUBE DA LUTA, num feito artesanal.

Para que haja visualização espacial, optamos por uma estrutura redonda espelhada, emoldurada em mosaico, a concretude dos minúsculos recortes, aliada às abstrações disseminadas pelo produto fílmico, irão moldar o imaginário do leitor.

O espelho refletirá a complexidade desenvolvida nas profundezas do filme.

Procede tal enveredar, posto que, as diversidades Artesanais X Artísticas se comunicam.

Importa lembrar, pela vastidão de assuntos interligados no filme, não daremos igualmente conta da totalidade interpretativa.

Então, nos concerne interpretar CLUBE DA LUTA respaldada pela Teoria Semiótica de Linha Francesa, regida por Greímas.

A primeira imagem oferecida ao público ao que indica, há um sujeito preste a levar um tiro na boca, no entanto, descobriremos no caminhar fílmico ser esta arma , uma representação simbólica do orgão genital masculino.

O jovem inicia o diálogo, ou seja, o protagonista é o narrador. Implantador do ritmo acelerado da narrativa.

A insônia crônica daquele que narra é o cerne, este abatimento será nosso norteador.

Jack é um sujeito do Querer dormir X não Poder dormir, ou melhor, ele sofre com o dilema:”Quando se tem insônia, você nunca dorme de verdade e você nunca acorda de verdade”.

O caos mental dele, avoluma quando busca ajuda e não encontra um profissional acolhedor: “ Quer saber o que é sofrimento? Frequente o grupo de auto-ajuda de homens com cancêr de testículos. Aquilo sim é que é dor”.

A estratégia de persuadir intimidativa, prega a submissão. Resta a Jack se curvar frente ao “aconselhamento médico”.

Este sujeito é crédulo, fundador de um contrato imaginário.

Lugar indicado: Encontro de homens sofridos, chorosos, humilhados. Destaca -se Bob, “o peitudo” devido seu estado doentio, Bob já sofreu a orquitectomia, isto é, CASTRAÇÃO.

Quando acontece a extração do orgão símbolo da virilidade, além da dor fisica moral transparece o não gozo. Sujeitos Castrados X Sujeitos Perdedores.

O implante do surto psicótico ganha força, Jack chora com a castração alheia. Por conseguinte, ele também se castra todos os dias e com hora marcada, ao enfrentar várias modalidades de doenças nos encontros de auto-ajuda.

É a imagem do Sujeito fragmentado.

Neste percurso emocional, Jack conhece Marla, figura representativa da camada desvalida, marginalizada.

O insone encontra alento, nos lugares onde a vida se esvai.

Navegando percebemos, o emissor vai adquirindo insatisfação. Com a mentalidade doentia Jack, não consegue dar significados ao objetos de valor. Juntamente com egocentrismo exacerbado, o protagonista mergulha na instância do EU.

Por estar esfacelado, o personagem constrói outra realidade, seria então, outra vivência, outra possibilidade. Jack cria Tyler.

O protagonista precisa de outra identidade para ser o sujeito do Agir X Fazer.

Tayler foi traçado para dar cobertura, ter a perfomance de saciar os desejos de Jack, inclusive os sexuais.

Jack Reprimido X Tyler Destemido

Hábil X Insensato

Bom X Mal

Ego Real X Ego Ideal

Verso X Reverso

Assim, esta formada a transfiguração. Agora Jack tem sua completute.

Jack X Tyler – Tyler X Jack , fundam o CLUBE DA LUTA.

Os preceitos da Teoria Semiótica,enfoca: “O espelho se projeta como uma realidade moldável. São Verdades Explícitas X Segredos Implícitos.

Jack X Tyler se digladiam em cima da estrutura espelhada artesanal, neste local acontecem a luta psíquica, a automutilação, o sadomasoquismo, a fúria, o arrebatamento.

O espelho serve como testemunha no reflexo da imagem invertida.

As duas figuras fílmica, constroem um plano: Caso negasse ser Jack o líder do CLUBE DA LUTA, deveriam capá -lo .

É lícito supor, não lhe resta alternativa, ou deixar-se levar, ou os bagos iriam para o saco.

Todavia, o conflito existencial de Jack não comporta mais a ideologia libertária de Tyler. Como revelar ao telespectador?

- Os atributos cinematográficos concedem ao protagonista a função de narrador observador e por intermédio de uma câmera, realiza-se uma luta entre Jack X Tyler. O receptor visualiza somente Jack. Seria um marco, a derrocada de Tyler.

Acionada a lentidão perceptiva do protagonista, este Sujeito Operador deixa de ser fragmento (mosaico). Se apresenta coeso.

Ele observa pela vidraça da janela, tuas ilusões cairem, despencarem... Marla transparece como resgatadora da luta interna de Jack.

E não acaba ai! O leitor ideal poderá ver como fechamento fílmico, o recorte da imagem: Genitália Masculina.