O PERCURSO DA PAIXÕES

Aquele que escreve se qualifica e se articula para conseguir efeito de verdade no enredo.

Todo texto deve ser entendido na dualidade:

Objeto de Comunicação X Objeto de Significação. E também com as possibilidades inerentes: Textos Verbais X Não Verbais.

A tessitura do textual constitui uma análise interna, o texto propriamente dito.

E o aspecto externo, isto é, o contexto.

Na ala interna, se encontram as palavras, as figuras de linguagens, os sinais de sonoridades e a entonação: Declamada, pintada, escrita, cantada, ou seja, representa o mundo simbólico, poético e artístico, por esta razão, denota também um conceito da cultura.

E na concretização, abrange as relações pessoais, históricas, econômicas, psicológicas e sócioculturais.

Como o leitor percebe, a construção textual se predispõe um projeto, por se tratar de um fenômeno complexo.

Nesse trabalho, vamos discorrer sobre alguns dos aspectos do percurso das paixões.

Precisaremos moldar nosso imaginário passional...

Vale lembrar, comunicação textual se baseia no sentido dentro do texto, inscrito e codificado na linguagem.

A Disciplina Semiótica nos fornece uma orientação básica: O modelo está centrado nas relações entre: Sujeito X Objeto.

Na Análise discursiva temos o conceito de sujeito e a estruturação do mesmo, quando se estabelece uma relação com a linguagem e o inconsciente.

O Sujeito seria então o portador da necessidade interior e busca satisfazê-la. Tão e somente.

Podemos interpretar da seguinte maneira: Sujeito= Subjetividade X Objeto= Objetividade

A semântica do nível narrativo ocupa-se dos valores inscritos nos objetos e assim aparecem: Objetos modais: São aqueles necessários para obtenção de outro objeto, o querer, o dever, o saber e o poder fazer. Objetos de valor: São aqueles os quais se entra em conjunção ou disjunção do objeto na performance do sujeito.

O enunciado de transformação entre Sujeito X Objeto tem dinamicidade.

Porque o sujeito pode estar privado, ou não do objeto.

Do mesmo modo, objeto pode estar juntivo do sujeito, ou não.

E por esta razão, se faz imprescindível a colocação da dicotomia fundamental entre:

Paixão X Julgamento

Paixão X Razão.

As paixões construídas no texto, possuem horário de pico, com maior ou menor intensidade, ou seja é sofrida em graus.

O percurso passional deve ser entendido como uma variação dicotômica dos estados do sujeito passional em busca do objeto:

Almejável X Temível

Desejável X Odiável

Indispensável X Irrealizável

Em linhas gerais, no discurso sempre ocorre a transformação de estados das coisas porque elas seguem a sintaxe elementar: Aquisição X Privação, quicá, partilha, dos valores inscritos nos objetos desejáveis.

Então, o percurso passional, trata nesse contexto o sujeito com vivência do seu “estado de alma”.

Entende-se a complexidade do sujeito por ser ela resultante de outras paixões e varia de pessoa prá pessoa, pois trata-se de um arranjo modal.

Existe uma FORÇA MATRIZ que a grosso modo seriam os dois traços das tensões passionais complexas: Euforia X Disforia.

Com suas modalidades atrativas como a beleza, o encantamento ou repulsivo catalogado como pueril, sem graça, repugnante.

Ocorre no sujeito um tumulto modal, quando ele está na zona da paixão.

A crença, por exemplo, quem vive o estado da crença, é um sujeito seguro, confiante. Mas se houver relaxamento da crença, pode ocorrer no sujeito um estado de insegurança, desconfiança ou decepção.

A impaciência é uma modalidade intensa do querer.

E a impulsividade faz do sujeito possuidor do dever ser ou ter, ou seja é um sujeito imperioso na busca do querer fazer X poder fazer.

A cólera, exprime a frustração do sujeito em relação a um objeto, do qual ele acredita ter direito.

A obstinação também. O sujeito obstinado, não somente quer fazer, mas quer ser ou ter o objeto, mesmo que haja obstáculos.

Ele se reveste da perseverança, da insistência, isto é, o afinco alimenta tua vontade.

Nos interessamos pelo entedimento do leitor por este enunciado narrativo, porque o sujeito e objetos são desmistificados e preenche a laguna deficitária da análise sintática.