A aranha e as palavras

Movimento-me como Manoel de Barros.

Entre traços, traças e carrapatos.

Teço linhas tortuosas, imperfeitas.

Faço das palavras meios.

As aranhas tecem teias de proteínas.

Eu faço das palavras textos.

Emaranhados de linhas, fios.

Um tecido vivo que dá vida.

Sentenças, vocábulos, demoras, tardas.

Favela, beleza, humanos, gente.

Infinito universo de signos semânticos.

Palavras e aranhas, Aranha, as teias.

Edergênio Vieira
Enviado por Edergênio Vieira em 24/03/2018
Reeditado em 24/03/2018
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