POLÍTICAS LINGUÍSTICAS EM ANGOLA

No sistema de ensino monolingue, modelo vigente em Angola (cf. LBSEE, art. 16.°), por se valorizar tão-somente a língua portuguesa na sala de aula, a qual não é, para muitos dos angolanos, língua materna, muito menos funcional, transforma-se o estudante em sujeito passivo dentro do processo de ensino-aprendizagem.­­­­

Nesse modelo, tem-se como objectivo a imposição de regras anacrónicas a um indivíduo que, na maioria dos casos, depois de abandonar a sala de aula, já não se vai lembrar delas e, mesmo que se lembre, não vai usá-las tal como as aprendeu, uma vez que elas não correspondem ao seu contexto sociocultural e de comunicação.

O recomendável, principalmente num país com indisfarçáveis pluralidades sociocultural e linguística, como o é Angola, é o modelo bilingue, por aceitar o estudante nas suas múltiplas dimensões: social, psicossocial, cultural.

Nesse último modelo, o estudante é, portanto, dentro do processo de ensino-aprendizagem,­­­­ sujeito activo, e não passivo. Ele é valorizado a partir do seu próprio contexto de comunicação, além de se valorizar a sua língua materna, a qual é usada, na sala de aula, como ponte para o ensino da norma-padrão.

Famoroso José
Enviado por Famoroso José em 27/09/2021
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