Lembrança que dói

Passei outro dia por aquele lugar. Aquele, das mesas na calçada e de candelabros na fachada. E a mesa do centro estava lá, vazia. Olhei mais um pouco e te vi sorrindo de lado, sendo blasè comigo e gentil com o whisky.

Meus passos ficaram mais lentos a beira de parar e sentar ali. Não me dei conta desse vício sobre as lembranças até que não pude te ouvir. Tentei, fechei os olhos e espremi os pensamentos mas quando abri, veio uma lágrima - Quieta, consentida, morosa - Então dali, sai.

Reneguei te ver como antes, como sempre, sorrindo por me fazer sorrir.

Andei, olhei para trás e senti o passado me atravessar. Não adiantaria deixar aquela sensação fluir porque a lembrança pertencia aquele lugar, não mais em mim.

Assim terminam as lembranças de dois e um bom momento. Talvez o único, sem culpa dos nossos erros.