DE FUTURO EM FUTURO, O VALOR DA VIDA ESTÁ NA VIDA

A esta pergunta de alguém no Yahoo Respostas, respondo que a vida vale viver e fazer o melhor enquanto vivo. Tolo é quem vive a vida como se já estivesse na morte ou como se a vida fosse logo acabar. Na verdade, é como se estivesse morto, pois da vida não desfruta e, de fato, não vive. Quando a morte chegar daí se estará no estado de morto, daí nada mais será vivido e nem a vida poderá ser questionada. Mas, enquanto vivendo, o que vale a vida é viver como se ela jamais fosse acabar e fazer que se torne eterno cada momento vivido. Se alguém acha ruim viver só porque algum dia haverá de morrer, então que morra e abra mão de desfrutar a vida e saber aproveitá-la ao máximo em face da possibilidade de ela terminar. Pelo ponto de vista de que não vale a pena a vida porque se há de morrer, não deveríamos também saborear um sorvete, andar de carro, viajar de avião, fazer sexo ou qualquer coisa, simplesmente por causa da funesta realidade de que tudo em algum instante terminará.

Alguém diria que a vida valeria a pena se fôssemos eternos e soubéssemos que poderíamos nos lembrar das coisas presentes depois. Deus está justamente nos oferecermos a eternidade agora, bastando vermos Suas promessas na Bíblia. Todavia, se não vermos sentido na vida pela vida, pelo que se pode tirar de bom de cada momento, enquanto estivermos vivos eternamente, nos lembrando que viveremos sempre, viveremos a esperar o futuro para desfrutar boas lembranças nele e daí perceber que viver eternamente somente para eternamente lembrar não tem também sentido, pois não haverá nada além de lembranças sem graça porque não teremos dado significado aos momentos porque desperdiçados nossos momentos esperando desfrutar lembranças interessantes no futuro. E daí as lembranças futuras de momentos vazios no passado tornarão a tudo monótono.

Será diferente, se fizermos que os momentos presentes sejam interessantes. Daí eles serão interessantes também como lembranças no futuro.

Logo, o sentido da vida está em dar-lhe sentido enquanto se está vivendo. Assim, no paradigma que defendo, a vida vale a pena mesmo que seja um momento, pois o sentido da vida não é viver pelo que será depois, mas saborear o momento que ela está sendo, tornando-o boa lembrança no futuro se ele vier e, entre essas lembranças boas, lá no futuro viver sempre bons momentos.

Portanto, podemos ter a felicidade em dois momentos; tornando felizes os momentos presentes enquanto se vive para que eles se tornem boas lembranças no futuro quando não estiverem mais sendo vividos, mas quando, além de termos a felicidade de lembrá-los, estivermos vivendo outros momentos felizes que serão bem lembrado no futuro seguinte.

Wilson do Amaral