ATITUDE

Não me levem a mal, mas é que algumas vezes ouço ou leio a respeito da doença de PARKINSON, no que diz respeito a certas dificuldades e efeitos provenientes da doença.

Como já tenho um bom tempo que convivo com ela (14 anos), respeitando a individualidade de cada um, com o intuito de ajudar, resolvi passar um texto, por mim escrito adiante.

A T I T U D E

Nesses 14 anos convivendo com o Mal de Parkinson, além das lições de vida e adequação aos problemas que a doença traz, posso afirmar categoricamente, que me transformou em uma pessoa mais sensível e mais observadora.

No inicio, meu comportamento foi mais ou menos parecido com os da maioria, acredito, com muito pesar e lamentação, correndo atrás de médicos e remédios capazes de resolverem o meu problema, que por ser identificado como degenerativo, mais angustiado me deixava.

Bom depois de algum tempo, comecei a sentir certas características próprias da doença, mas que eu, apesar de todas as leituras a respeito, informações de médicos e convivência com outros que também sofriam de Parkinson, não tinha noção.

A partir daí, fui caindo na realidade, do tipo remédio que faz efeito para uns, mas nem tanto para outros, mudança de atitude, para algumas dificuldades, tomando o enfrentamento como fator preponderante. Não seria eu mais um derrotado pela minha própria cabeça, não bastasse a doença.

Foi ai, que comecei a escrever, com a finalidade de deixar registradas as minhas experiências, podendo consultar os meus avanços, servindo de incentivo, quando rememorados.

Apesar de já fazer caminhada diária e escrever as minhas experiências, fui convidado a fazer parte de um projeto no hospital onde me trato, juntamente com outros pacientes, a realizar um trabalho de ginastica virtual, toda gerada num aparelho Nintendo.

Este momento foi especial na busca de uma melhor performance com os movimentos, pois levou-me a compreender a eficácia de cada, identificando a sua função.

Dai, comecei a jogar tênis, lutar box, fortalecendo-me a musculatura, ginastica rítmica, cabeceio de bolas, colocar bolas na caçapa em vários estágios, com jogo de cintura e pernas, trabalhando outros movimentos, além de me acostumar ao compasso, ritmo, tempo, enfim, uma grande variedade de movimentos.

Uma outra coisa que muito me ajudou, durante um tempo, comecei a fazer um trabalho de artesanato, confeccionando abajures, utilizando a principio jornais e tubos de PVC. Quero dizer também, nunca deixei de ajudar minha esposa nas suas atividades, para compor o orçamento da casa, já que sou aposentado e, infelizmente, a aposentadoria não dá para segurar as despesas.

Então minha gente, o que precisamos entender, é que na medida do possível, temos que nos comportar, respeitando as limitações de cada um, como pessoas normais, ou até mais um pouco, pelo menos enquanto der. No meu caso, ainda está acontecendo, ainda dirijo o meu automóvel, meu livro está pronto e bola pra frente. Que Deus continue me dando força. AMEM.

Fernando Amaro
Enviado por Fernando Amaro em 28/06/2016
Código do texto: T5681292
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