Junaum

Apanage! apanage,Santana! Dizia o meu professor. Nada entendi. Era uma advertência? Um pedido de ajuda? Não sei. Qual pai quereria o mal para o seu filho? Sobrancelhas em riste! Lá estava ele! apanage! apanage Santana! Parecia que tinha se alertado e querida prevenir-se de algum mal presságio. Assisti ao seu drama, sem nenhum poder. Eu o vi atento! Era o momento da saída! Em frente, o prédio da escola, muitas crianças, muros altos, bem protegido, somente uma saída, mas toda atenção era pouca...ele veio buscá-lo, conduzi-lo em total segurança. Maravilhoso foi vê-lo, novamente, criança. Era você, mas ,sinceramente,...muito comportado. Quem lhe conhece, sabe!, essa saída não seria assim, sem nenhum puxão de orelhas. Você, era você, e, ele, era ele, só no sonho, caminhando, lado-a-lado, foi o que pude ver. Os órfãos! todos somos órfãos quando interrompemos a nossa busca, sob alegada falta dos pais. Sendo assim, serão eles os responsáveis por todo o desastre. Veja como fica: Eu sou orfao, nada faço, e, ainda, culpo os meus pais por todas as minhas faltas. Os pais estão aí para isso mesmo. Padecer! Respeitosamente, não me parece o correto! Depois de tudo, padecer no paraíso. Sacanagem! Covardia! Isso mesmo!Cada um faz o seu! Caiu no mundo, lute! Até que a morte te liberte! "Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração! Ser mãe é ter no alheio lábio que suga, o pedestal do seio, onde a vida, onde o amor ,cantando , vibra."(Coelho Neto), só isso basta, o mais quem faz somos nós! OS ÓRFÃOS.