QUANDO DESISTIR, PARECE SER, A MELHOR SAÍDA.

Desde meninos imaginávamos a vida, fausta, bela, e simetricamente estável em sua contemplativa bonança. Pensávamos que tudo nos seria um mar de rosas em suas muitas fragrâncias e variegadas cores. Mas, não foi; não é, e nunca será assim. Não como a imaginávamos. A vida sempre se nos apresentará com as suas muitas contraposições. Com seus muitos desgostos, descalabros e contrariedades.

Acordamos pela manhã sem que tenhamos a mínima ideia de como o terminará o nosso dia. Os dissabores começam exatamente quando abrirmos a porta do nosso quarto aos primeiros raios de sol. Ao descortinar do dia, eis que de repente, o caos, o descontrole, a histeria, inunda-nos o corpo, alma e mente tal qual a avalanche de lama da SAMARCO que inundou Bento Rodrigues em Minas Gerais. A explosão que devastou Beirute no \líbano. Pronto! Estamos em meio a um monte de merda. E, às vezes, literal. Só enxergamos destruição, caos e morte. São aqueles dias em que não acordarmos. Somos acordados! Acordados para uma realidade que nunca, sequer, de longe, imaginaríamos ou a desejaríamos. Arrancados dos braços de Morfeu e trazidos para uma realidade desapiedada, ofensiva, abrupta e, às vezes inexorável.

Diante de momentos assim nos estarrecemos e ficamos sem ação. Ficamos extáticos e estáticos, também. Não sabemos o que fazer e, pior, não sabemos sequer definir o sentimento que nos invade a alma e que nos adoece o corpo. Tão inesperado quando a situação que nos sobreveio, sobrevém-nos uma saída. Uma porta larga e luzidia se abre à nossa frente. É a porta da esperança, da solução. Não! É muito mais que isso. É a solução definitiva de todos os problemas. Vou desistir. Vou jogar a toalha. Vou desaparecer de onde estou. Acabar com casamento. Deixar a igreja. Sair do trabalho. Quem sabe ir para um lugar onde ninguém me conheça, me pergunte me critique ou me aborreça. Melhor, quero morrer! Talvez possa me suicidar. Quantos pensamentos como estes, nos invadem em momentos assim? Quantos de nos nós já vivemos momentos como estes, e que nos exasperam e que nos desesperam. Momentos em que somos obrigados a viver uma vida, que não é e nunca foi à vida que tanto sonhamos. Quanto tempo vivemos tempo de paz, de tranquilidade financeira, de relacionamento, de seguridade; e, que de repente, por uma situação qualquer, ou simplesmente, pela presença de uma pessoa, a gente perde tudo. A lama da SAMARCO entrou em nossa casa, em nossa vida, e vemos apenas o fenecer dela. Matou a vida, matou a esperança, matou a alegria. Todo verde foi coberto por um barro escuro. As águas que geravam a vida, levaram-na consigo, turvaram-se, e morreram. O Que fazer em situações assim? A fuga da realidade, a autonegação, um transtorno psiquiátrico? Entregar-se à depressão, desistir, seria a saída? Entraríamos por esta porta como sendo a resposta e a solução para os problemas que estamos a enfrentar? Não! Claro que não! Esta porta seria como a “PORTA DA ESPERANÇA” DE Silvio Santos, fictícia, irreal ilusória e momentânea. E com certeza nos levaria a condições infinitamente infaustas, calamitosas, medonhas e desastrosas. O caminho seria a busca pelo equilíbrio e pela serenidade. Ser sereno “é a capacidade de aceitar a si mesmo, a vida e as pessoas como elas são, mantendo sempre uma atitude realista positiva e sábia em relação a tudo” principalmente, diante das adversidades da vida. Algo que me encanta é a serenidade do povo oriental, especialmente, os japoneses. Lembro-me que logo após o último tsunami enfrentado por eles, um reporte entrevistava um senhor de uns oitenta anos que caminhava sobre os escombros de sua casa, lhe perguntou; e agora, o que o senhor vai fazer? Com toda lenidade, mansidão e equanidade que a vida lhe deu, respondeu: vou recomeçar tudo novamente.

Então, diante da problemática que você está vivendo; não se desanime! Deus escolheu você para viver esta situação porque certamente ele sabe que você tem todas as condições e pressupostos necessários para lidar com ela e dela tirar ensinamentos e aperfeiçoamentos para a sua vida e para a vida da sua família. Poderia ser outro, como disse Jackson Ville ao Sidney Samora na ocasião em que fora manietado com toda sua família, jogado num banheiro e tido sua casa saqueada, levando-lhe, também, o carro; mas Deus escolheu você. Poderia ser qualquer outro; mas, foi você. As razões? Não sabemos, mas Eterno o sabe!

Está ruim, está difícil? Tem muita gente em pior situação que a minha! O fato, é que não posso desistir. Não posso me dar ao luxo de me cansar, desanimar e viver murmurando. Há um adágio popular muito conhecido: “Estava triste porque não tinha sapatos, consolei-me, quando vir alguém que não tinha os pés”.

Que o Eterno nos dê uma semana de êxito e de muitas lutas, porque elas são as razões das muitas vitórias que conquistaremos.