Dos limões a limonadas

Você já deve ter ouvido a expressão “Se a vida te der limões, faça uma limonada”, é um modo melhor de tentarmos ter o domínio de nossas vidas, diante das frustrantes situações, de não apoiarmo-nos em muletas, de não pautarmos nosso fracasso naquela famosa indagação “o que fizeram de mim”, digo: não se paute ao que fizeram de você, mas, ao que você pode fazer por você.

A verdade, é que de fato, temos culpa no cartório, às vezes, nos falta à maturidade necessária para entendermos, que nós construímos ideais de nós mesmos, e muitas vezes ideais bem para além, do que de fato estar ao nosso alcance. E o outro? Ah! Ele também cultiva, e vai moldando ideais a nosso respeito.

Não é todo mundo que consegue com os limões, fazer a tal limonada, precisamos de um empurrãozinho, parar de culpar o outro, por nossas falhas e falta de atitudes, quando colocamos nossas expectativas, e erros sobe responsabilidade do outro, agimos de forma infantil, como aquela criança interior que mora em nós, e culpa sempre os pais, ou a criação azarenta que teve, de uma família tóxica, que não soube trabalhar, ainda quando se era criança, as habilidades, relações, e ensinamentos que despertariam um potencial saudável, uma criança mais “empoderada”, palavra está, tão na moda hoje em dia.

No livro, As 5 faces do perdão, o psicólogo clínico, Rossandro Klinjey, cita, o exemplo de Marcos, que se considera, um mero funcionário em um escritório de contabilidade, que deseja ser o cara, pois, para ele a realização pessoal vinha do status em chegar no topo da carreira profissional, estar a cima, mandar, ter o melhor carro, a melhor vida, para isso ele já tinha ensaiado até os discursos, e as entrevistas que iria conceder, quando sua vida de sonhos chegasse. Ele, apenas não se preparou para a vida real que estava ali a sua frente. Lidar com este baque, é algo que não sabe manejar, acaba por colocar a culpa do mundo em seu patrão, e sai perdendo todas as nuances e belezas da vida como a fraternidade em família, pela obsessão, nesta não realização. Viver aquela vida simples, de um “mero” funcionário, era tudo que ele não sabia... saia a todo tempo, projetando nos outros sua real frustração, em um momento interessante da história, a porta do elevador se abre, e ele fica ali, julgando cada funcionário, vendo as pessoas com seu crachá no pescoço, fulano do setor tal, beltrano da recepção, fulano de tal empresa... “aquelas pessoas eram somente o que faziam e nada mais que isso”, e Marcos era um deles, “um qualquer”. Aqui não se trata de fazer limonadas, mas de olhar a vida de forma que não coloquemos nossos erros e frustações, numa culpa incansável, por um responsável.

Aceitarmo-nos como imperfeitos, e com limitações, faz parte da caminhada da vida. Estar triste por queremos pertencer a outros mundos diferentes do nosso, também faz parte. Porém, Deus, nos deu talentos e dons, e um mundo de possibilidades, todos somos capazes de sairmos de situações, ao qual, não nos sentimos satisfeitos, cada um tem dentro de si um terreno fértil, a questão é, sabermos plantar e cultivar os frutos, cada um a seu tempo, plantando e colhendo, num processo, ao ao seu tempo. Então que possamos parar de olhar para a muleta, e olhemos para os nossos talentos.

Juanele Lima
Enviado por Juanele Lima em 12/12/2020
Reeditado em 12/12/2020
Código do texto: T7133822
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