Natal de 2008 - AMEMO-NOS!

Sobre o Divino Aniversariante muito já se disse. Há séculos o homem comemora o Natal, ao menos em tese, homenageando o nascimento do Maior dos Mestres. Houve um tempo em que o Natal era uma data de puro recolhimento, reunindo os membros da família em torno da mesa para as orações, a ceia, e a esperada troca de presentes. Os presentes eram meros símbolos de bem-querência, às vezes signos de reconciliação e refazimento. Nada muito caro, apenas um gesto de bom-gosto e boa-vontade.

Todavia, as últimas gerações têm visto no Natal quase que exclusivamente uma data para comprar ou pedir presentes mais caros, que reclamam uma data especial. Quem diria! Uma data especial para pedir ou comprar presentes caros... De fato, ante o olhar pidão da criança que deseja um brinquedo não encaixável no orçamento, é comum ouvirmos “não, agora não, só no natal!”. Só no Natal... Eis que o Natal se transformou em uma espécie de carnaval do consumismo supérfluo, uma trégua aos cuidados com as contas, um momento de sandice tolerável como mimo sazonal. Claro que o prazer de entregar um brinquedo nas mãos de um filho é mesmo sedutor! Ninguém imagina o amor de pai ou mãe sem esses momentos. No entanto, as gerações pregressas viveram muito bem com momentos de mesmo sabor porém com maior parcimônia, cautela, serenidade e – por que não dizer? – recato. O que o filho mais quer é um brinquedo que traga felicidade, emoção que ele experimenta quando tem a presença dos pais e irmãos consigo, brincando, dando carinho, rindo, divertindo-se. A entrega de uma propina que desobriga do amor não traz real alegria, senão um furor instantâneo logo reprimido pela ausência de tudo o mais. Outra frase muito comum no mundo de hoje é “você queria tanto esse brinquedo e já não brinca mais!”. Não mesmo. O que ele queria não veio no pacote.

O consumismo exacerbado do Natal não é, por si só, um crime diante de Deus. Não. O problema é o todo de amor e carinho que, comumente, esse consumismo substitui. Uma criança feliz é uma criança que sente o amor de seus pais, eu diria, na pele! Sente o carinho das mãos que a embalam. Sente o desconforto de cócegas, abraços, beijos, entremeados de muito riso e a cena deliciosa de um adulto e uma criança rolando no chão ou na cama. O brinquedo? Ah! Era apenas um pretexto para tudo isso.

Enfim, podemos chegar a um ponto de equilíbrio. Que o Natal seja uma data de alegrias para as crianças e adultos, sem dúvida, inclusive com presentes talvez somente justificáveis em um dia especial; mas não nos esqueçamos de que o maior de todos os presentes, com certeza o mais caro de todos eles, é o Amor que o Divino Aniversariante veio nos ensinar. Amemo-nos! Fundamentalmente, amemo-nos como Jesus nos ensinou! Eis aí o presente especial que o Divino Aniversariante deseja de todos nós.

Marco Aurélio Leite da Silva
Enviado por Marco Aurélio Leite da Silva em 23/12/2008
Código do texto: T1350093
Classificação de conteúdo: seguro