O espírito do Natal

O espírito do Natal.

Certo velho caminhava andrajoso pelas ruas de uma distante cidade. Observava calado as mudanças que aconteciam a cada minuto. A atmosfera cada vez mais poluída, bombas explodiam aqui e ali, pessoas corriam desesperadas, sem rumo, sem direção. O barulho de sirenes, tropas, tanques, gritos, gemidos, latidos, explosões, nuvens de fumaça, poeira, destruição, desilusão...

Em sua memória cansada quase não conseguia registrar todos os detalhes que observava... Apenas observava com os olhos, sem julgar, sem pensar, sem analisar.

Continuava em sua caminhada, em sua observação. A saudade de um certo tempo cortou seu coração, nas profundezas de sua alma, sentiu uma forte emoção. Olhou o céu, acreditou ter visto uma estrela cadente passar justamente naquele momento.

Parou um pouco, tirou as sandálias, bateu uma na outra para retirar a poeira da estrada. Com os pés descalços, continuou sua caminhada, sorriu melancolicamente para o futuro. Anoitecia em Belém da Judéia, em algumas casas cristãs, as esperanças se renovavam, em alguma catedral, os sinos batiam, anunciando a chegada do menino Deus. O velho enfim sorriu, continuou sua caminhada, até que seu vulto se perdeu ao longo da estrada, na poeira, além do horizonte.

Lá de cima ele espiava sorrindo, já não era mais o velho triste e andrajoso, junto de seu pai, o Todo-Poderoso, ele era Jesus menino, a esperança divina acendendo no coração da humanidade a chama do amor verdadeiro, incondicional, atemporal. Para aqueles que buscavam com o olhar da alma no céu estrelado, certamente iriam encontrá-lo no brilho de uma estrela.

O espírito de Natal não pode morrer. É a única esperança de paz, neste mundo caótico.

Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 21/12/2012
Código do texto: T4046675
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