O que nasce?

Nascer parece fácil. Parece mais digerível que morrer. Ora bem vejamos:

Eu diria o mesmo se soubesse desde sempre que nasci para morrer? Está claro que logo se descobre isso, mas morre-se seja como for e esta mensagem é de nascimento. Dele, Jesus, daí Natal, né?

Quando descobri que eu também tinha natal, empolguei-me até demais. Não aceitava chamarem-no de meu aniversário. Era o MEU Natal. E queria decoração e festa igual à daquele menino da manjedoura... que eu achava um nome enfeitado demais para um caixotinho cheio de palha. Quando disseram que a palha era a ração dos animais, fiquei com medo deles comerem o menininho...

O tempo passa, mas o Natal sempre volta. Mesmo que a infância que, de graça e leveza, tão bem enfeita esta data, tenha que dissipar-se tão rápido quanto a rabanada da minha mãe. Ainda bem que todo ano ela faz mais. E nós trazemos as novas infâncias para perfumar a festa. Que nossos menininhos Jesuses lambuzem-se nesta noite tão deles e nossa. Viva todas as crianças!