Mais um que ao fortalecer as asas, ensaia o primeiro voo (ao último filho a deixar o ninho)

Esta é a quarta vez que eu escrevo alguma coisa tentando justificar os erros e acertos, na ajuda de como formar o caráter de um tutelado, mas é como se ainda fosse a primeira. As dificuldades em encontrar palavras adequadas, os trejeitos no tracejar da escrita para não borrar os pensamentos, enfim, a força em não ofender e sim, dizer algo que nos dias vindouros traga ao homenageado ânimo para galgar voos ainda mais altos e elegantes nessa difícil arte de viver encarnado.

Quantas e quantas vezes eu disse que Deus não nos deu pedras preciosas e diamantes brutos para que os lapidássemos e consequentemente também as políssemos, porque Ele já nos enviou todas lapidadas, então, só nos coube o trabalho de polir. Benção maior não poderíamos termos recebido.

O sentimento que ora me envolve todo o ser por incrível que pareça é o mesmo, embora, a sensação de que o ninho ficará sem mais um é diferente, porque agora é o último a bater de vez tuas já fortes asas rumo ao novo, para ele um desconhecido mundo de convivência a dois, já que também decidiu em comunhão com outro ser, construir seu próprio ninho, ninho esse que mesmo antes de nascer já está muito abençoado por nós e por Deus.

Fico feliz em constatar em você o mesmo que observei nos seus irmãos, a capacidade de ter absorvido somente o que de bom lhe mostrei, não assimilando as minhas mazelas, o que com certeza o ajudará em muito nessa sua longa jornada vindoura. O desapego filho é um sentimento difícil de ser lidado, pois nos entristece, mas também nos dá a alegria inconteste de que não fomos de tudo negligentes na formação de nossos rebentos e isso, deixa em nossos corações o aroma do bálsamo chamado de, dever cumprido .

Embora não careça, quero alinhar aqui alguns dos defeitos que temos que abrir mão por ocasião de pequenas discussões, que veem mesmo a nosso contragosto, ao abrir mão em certos casos da discussão estará com certeza evitando um entrevero maior, a briga. Cabe ressaltar também que pequenos atos nos torna, o ser masculino da relação, um respeitado, mais amado e porque não bem mais confiável. Olha, dizem que conselhos não se dá, mas no caso de um pai isso tende a não ser uma regra, até mesmo porque regras foram feitas para serem adaptadas de acordo com a nossa evolução. Muitas vezes fiz uso do silêncio, isso mesmo do silêncio para por fim a um bate boca e olhe, comigo funcionava, pois depois do silêncio vem a reflexão da parte mais exaltada e é aí que entra o entendimento e tudo tente a normalizar as lutas diárias na busca da convivência harmoniosa. Um exemplo: depois de uma acalorada discussão saia e assim do nada sem ser uma data específica, apareça com umas flores nas mãos, mas não no mesmo dia deixe passar algum tempo, olha sua amada vai adorar, digo isso de carteirinha.

Nos dias atuais não há mais um provedor único na família, mas isso não o impedirá de tomar para si essa regra, é antiga, mas nos dá a sensação de que somos capazes de manter uma família com a educação milenar a nos imputada pela história humana. O companheirismo, saber escutar é uma das formas do viver a dois compartilhando problemas e soluções, a renúncia, há, essa ás vezes nos dói muito, mas se faz necessária numa relação a dois, um futebol podemos deixar pra outro dia, mas os desejos da pessoa amada não, isso é primordial e essencial numa vida a dois.

Procurei elencar algumas das prioridades que ao longo da vida fui aos poucos aprendendo a colocar em prática, visando uma harmonia mais saudável entre sua mãe e eu, não que você vá fazer isso, pois deténs o livre arbítrio e com ele és livre para ornar sua vida da maneira que achares melhor, mas são pontos que um pai deseja passar ao filho por achar saudáveis numa relação a dois. No mais é vida que segue. E é essa a vida que desejo a vocês dois, unida, harmoniosa, feliz e próspera, na esperança de que Deus está nos guiando. Um abraço do seu velho pai e porque não um beijo, porque te amo. Seja eternamente feliz.

L.R

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 28/04/2019
Reeditado em 28/04/2019
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