Empurrado a Escuridão

No caminho diário,

de maneira lenta, o peregrino

vai indo, olha para os lados e

vai indo, vai indo em frente.

À direita,´à esquerda,

nas vegetações leves

às vezes procura

um brilho qualquer que o desperte

para outros rumos diferentes.

Em seus dias sem graça,

a Natureza toda

já não mais desperta

seu coração rebelde

de se aventurar nos erros

de suas inquietações crescentes.

Os devaneios nas belezas inúteis

com voz forte em seus ouvidos,

o empurram à escuridão,

aos prazeres pintados em cores fortes,

rumo certo à uma imensa solidão.

Mas , vai indo, vai indo...

Olha lá na frente

procurando o que não chega :

O brilho que tinha em sua mente,

nos transtornos do escuro

e caminha em solitária pobreza.

Vão se dobrando os tempos

que nem mais sabe quantos

e a criatura se amarga

em lágrimas secas,

se deteriora em noites infinitas

nas torturas da escolha.

E lá na frente ....

Lá na frente,

vê um ínfimo ponto de luz

que acende e apaga,

acende e apaga

e, acende sua apagada chama .

E ele volta !