O POÇO...

A plataforma desce

Levando comida para os andares

Abastecida no topo do prédio

Servido de uma única vez.

No andar de cima o banquete é farto

Quantas iguarias

Todos saciam a fome

Têm até desperdício.

O alimento vai descendo pelo fosso

Mas quando chega na parte de baixo

Falta alimento

Já não há abundância

Da fartura, agora escassez.

E lá no fundo do poço

Triste cenário!

Todos brigam, lutam entre si

Pelos restos,

Pelas sobras dos alimentos

O instinto de sobrevivência

Fala mais alto.

Mas o fosso e os andares agora giram

E os que estavam em baixo

Agora estão em cima...

O banquete chega novamente farto

Para aqueles que estão no topo

Os mesmos que passaram fome lá embaixo.

Alguns se esbaldam, por que não?

Outros se alimentam sem exageros

Outros, porém, pouco comem

Pois querem que o alimento chegue lá embaixo

E possam ser partilhados com os demais

Evitando, dessa forma

Que muitos se digladiem entre si...

"Diante de uma situação de dor e sofrimento coletivo, as pessoas reagem de formas diferentes.

Muitos aprendem e ressignificam as suas experiências, se colocam no lugar do outro, fortalecem a empatia, a solidariedade e a compaixão.

Outros reproduzem o mesmo comportamento, mesmo passando pelas mesmas dificuldades, assim, acabam perpetuando o mesmo ciclo de sofrimento existencial.

Penso que as guerras, a pandemia, as doenças estejam servindo para despertar na humanidade não apenas um simples ativismo, mas que desperte na sociedade antes de tudo, reflexões acerca da nossa verdadeira postura diante da angústia e do sofrimento dos nossos semelhantes".

"O que estamos realmente

aprendendo com tudo isto?".

"Já dizia Thomas Hobbes, o

homem é o lobo do homem".

"Estas reflexões foram feitas

baseadas na leitura muito

impactante do filme:

"O Poço".