Racionalizar para compreender e o bem fazer.

Quando estamos passando por momentos de dificuldades, nossos pensamentos e ações ficam um pouco fora de propósito, do que desejamos fazer.

Muitos dizem que, se realmente desejamos fazer algo com intensidade, nada haverá que nos tire do foco, e, quanto aos pensamentos que passam a nos afligir, devemos nos concentrar em substituir os pensamentos negativos por pensamentos positivos, assim que percebê-los.

Muitas vezes não conseguimos, mas, exatamente por termos consciência de que tais atitudes já funcionaram em nossas vidas e, por isso, podermos dizer que acreditamos nessas atitudes, fica difícil quando não as conseguimos realizar.

Parece confuso, mas pensemos: quando não sabemos o que fazer, todas as boas atitudes são válidas. Porém, quando sabemos qual(is) atitude(s) é a mais adequada em determinada situação e já as experimentamos, com sucesso, o “não fazer” ou não tomar aquela atitude torna-se um engano, ou, um erro.

Deixando de lado o(s) pensamento(s), considerando a fórmula posta como extremamente eficaz e, portanto, solucionada a questão, ressalta-se aqui como a necessidade de refletirmos, de raciocinarmos seja tão importante em nossas ações...

A racionalização é fundamental em nossas vidas quando ela se nos apresenta como questionamentos para que possamos compreender para melhor apreender determinados conceitos, o porquê de determinadas atitudes ou ainda para uma melhor tomada de decisão. Afinal, a pessoa acredita porque passa a ter certeza sobre tal, e, ninguém tem a certeza de algo, senão, porque a compreendeu.

Uma definição bem eficaz para tal questão é quando lemos o conceito sobre o que seja uma fé raciocinada posto por Allan Kardec¹ , qual seja: “fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade” ². Ou seja, algo só se torna inabalável em nosso íntimo quando efetivamente o compreendermos, quando os questionamentos advindos da razão (racionalização) estiverem consolidados em nós.

Diante de tais constatações, difícil se torna quando desejamos fugir da responsabilidade que assumimos quando tomamos consciência de algo. Esse tomar de consciência traz consigo uma carga positiva (negativa?) de sabermos (termos apreendido) o que fazer diante de determinadas circunstâncias e, decidir contrariamente, será nos opormos àquilo que é o correto, ou em qualquer que seja a situação previamente conhecida e compreendida por nossa razão.

Não fujamos pois, da responsabilidade que nos cabe, mesmo diante dos infortúnios que acreditarmos experimentar, quaisquer que sejam estes, em qualquer momento de nossas vidas, pois, nada mais justifica ou pode explicar uma atitude tomada, diante da ciência (compreensão e consequente apreensão) sobre o que fazer em tal ou tais situações que não seja a do bem fazer.

¹ http://www.bibliadocaminho.com.br/ocaminho/TKardequiano/TKP/Ev/Ev19.htm#Ev A fé religiosa. Condição da fé inabalável, Item 6 a 17.

² Idem, Item 16.