Domingo em dobro

Em 1.785, por alvará, de D. Maria I, mandava fechar-se todas as fábricas de tecidos de algodão, lã e outras fibras, com exceção apenas daquelas que fabricavam tecidos grosseiros destinados à vestimenta de escravos e para enfardamento ou embalagens. A determinação de extinção de fiações e tecelagens existentes no Brasil tinha por objetivo evitar que um número maior de trabalhadores agrícolas e extrativistas minerais fosse desviado para a indústria manufatureira.

Os países tradicionais em tecidos se preocupavam com a possível entrada do Brasil nesse mercado, isso os incomodava e os preocupava, pois certamente deteríamos uma maior fatia dadas nossas condições para esse feito.

Em 1.864 estariam funcionando no Brasil 20 fábricas. Em 1.884 tínhamos 44 fábricas com cerca de 5.000 empregos. Nas décadas seguintes crescemos para 200 fábricas que empregavam 78.000 pessoas.

Mais recentemente, em 1.990, atingimos nossa melhor performance, exportando 1,5 bilhões de dólares por ano, através de um desafio feito pelo então Ministro da Fazenda, Dr. Antonio Delfim Netto, em 1.970, que na época representava 42 milhões de dólares.

Com a abertura do mercado interno, no governo Collor, esse segmento sofreu a entrada completamente desorganizada e desenfreada de importados.

Toda a cadeia têxtil representa hoje 13,5% de participação do PIB industrial ou 4,7% do PIB total. Emprega 1.233.200 ou 10,5% dos trabalhadores da indústria ou 1,5% da população economicamente ativa.

O Brasil é o 7º colocado no mundo em produção de fios, 8º em tecidos, 3º em malha e o 7º em confecções.

Levando em conta que estatísticas só trata do formal e principalmente em confecções há muita informalidade, certamente o Brasil poderia buscar um 4º lugar no ranking mundial.

O Brasil é o 17º colocado em importação desse segmento e o 20º em exportação. Dá para garimpar bons negócios lá fora, precisamos explorar mais o mercado externo, mandar mais produtos agregados e não só os tecidos e malhas.

O Brasil conta hoje com 18.797 confecções formais, gerando 1.233.200 empregos, produzindo 1.287.000.000 kg/ano e US$ 27,2 bilhões de dólares de faturamento por ano. Em média cada confecção tem 66 funcionários, produz 68.000 kg/ano e fatura US$ 1,4 milhões de dólares por ano.

Enquanto as têxteis no período de 1.990 a 2.000 tiveram queda na produção de 33% as confecções cresceram 22%. Os empregados nesse mesmo período caíram 62% nas têxteis e 30% nas confecções.

Em 1.990 o brasileiro consumia em média 7,7 kg de roupa por ano e em 2.000 passou para 11,2 kg por habitante no ano. Em 1.990 representava 1,4 kg de roupa importada e hoje passamos a usar apenas 0,7 kg.

Domingo agora, dia 25 de maio, comemora-se o dia da Costureira e já deu para percebermos quanto significa essa categoria com o histórico apresentado.

Em Matão estamos entre as três maiores categorias que representam o quadro de trabalhadores da cidade. São por volta de 80 fábricas espalhadas e milhares de trabalhadoras principalmente, 93% são mulheres, que fazem parte desse segmento que desde a colonização do país sofre por interferências políticas e comerciais.

Parabéns a todos que fazem parte desse contingente ligado às confecções e toda a cadeia têxtil, parabéns muito em especial às costureiras e costureiros, profissão que até o momento pouco se beneficiou da alta tecnologia disponível no mercado, ainda dependemos (graças a Deus) do trabalho dessas profissionais.

São em geral senhoras com obrigações de cuidar da sua família, do seu esposo, dos filhos, dos netos, da casa, etc. e que participam do trabalho com muita alegria e disposição, são felizes e realizam sonhos, seu trabalho viaja por todo canto do mundo, vive emoções, conhece lugares fantásticos e tudo isso foi possível em tão pouco tempo.

O mundo vai conhecer a força das costureiras do Brasil, vamos nos multiplicar e conquistar no pódio o lugar que merecemos.

São os votos da Diretoria da Elite e de todos os funcionários.

Vladis
Enviado por Vladis em 04/02/2006
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