Desigualdades

 

Se o mundo fosse monocromático, as situações fossem uniformes, as pessoas pensassem e agissem de forma presumida e igualitária, certamente, menos idéias e conhecimento teríamos.

As diferenças estimulam, enriquecem e, não importa se incomodam, devem e precisam incomodar. É no incômodo que encontramos terreno fértil para a construção de novas possibilidades. O oposto provoca, desperta sentimentos adormecidos, mexe com o que consideramos estático, derruba certezas.

Ilude-se quem pensa obter certezas. Elas não existem. Nunca existirão! É exatamente isso, essa contradição, que torna o ser humano um aprendiz da vida, que possibilita o descobrimento daquilo que se considerava impossível, que nos convida ao novo.

Há pessoas que passam toda uma existência, acreditando possuir uma vida tranquila. Considero que, ou aprenderam a aceitar e lidar com a transitoriedade ou simplesmente, estacionam no que pensam ser normal, no que imaginam que merecem e, aceitando passivamente, sem nenhuma inferência tudo o que lhe vem. Lamentam, reclamam mas, não se movem pra transgredir e avançar em direção a novos caminhos. Passam toda à existência se contentando, de forma amarga, com situações, pessoas, lugares que nada lhes acrescentam, mas não conseguem sair do ciclo vicioso que se estabelece quando não conseguimos enxergar a necessidade do novo, a riqueza da diversidade.

Problemas não são problemas quando os percebemos temporários e buscamos adquirir aprendizado.

As desigualdades provocam o mal-estar que precisamos sentir para aprender. Convoca-nos à desafios, temos que lidar com elas e sem escolhas, obriga-nos a avançar.