Escola de paz - Fábrica de homens
Imagine uma escola de cabeça para baixo
Onde o muro ou a cerca
Estivesse acima da sua cabeça.
O pátio no lugar das salas de trabalhos
O refeitório e outras dependências
Com difícil acesso
Tudo muito louco.
No chão apenas os móveis e utensílios caídos
E as marcas de vários pés deixadas por
Homens, mulheres, crianças, jovens
Professores, diretores, funcionários de apoio e outros e outros.
Que outros?
Que outros são esses, que até uma certa idade
Freqüentam essa escola e depois, dela, não tomam mais conhecimento
Distanciam-se, se ausentando muita das vezes para sempre.
Se essa escola, por certo tivesse, se preocupado com os seus passantes
No decorrer de sua existência, não estaria só nos dias de hoje
Não haveria marcas de pés construindo trilhas
Por certo, não haveria marcas no chão
Pois seriam tantos indo e vindo nessa escola
Que os desgastes seriam por igual, sem dar tempo para os desgastes pessoais.
E por igual seria sempre a reconstrução da mesma
Sempre se renovando, sempre se reciclando, no ir e vir de
Homens, mulheres, crianças, jovens, professores, diretores e funcionários de apoio
Carregados por sonhos construídos.
Vicente Freire
12/06/2001.